terça-feira, 12 de abril de 2011

Espelho.

Olhou para mim…
Disse-me que já não me parecia com ninguém.
Nem comigo mesma.
Que já não era como havia sido.
E que já não desejava sofrer comigo.
Ternamente, agora, faz-me chorar.

E eu olho para mim…
Digo-lhe que sou eu, digo-me que continuo a ser eu.
Mas já não sou como fui, como queria ser.
E vou sofrendo comigo, por mim.
Amargamente, fiz-me chorar.

As lágrimas escorrem, perdidas e inseguras, no velho espelho da parede.
E eu vejo-as, como se lhes pudesse tocar...
Como se não fossem minhas.

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