quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A chuva.

Um jantar simples e perfeitamente normal. Um Ser incrivelmente especial. Uma noite de chuva como tantas outras. Uma relação mágica e única.

A dor de cabeça foi terrível, o humor foi inconstante, a mente foi insaciável.
Mesmo não existindo qualquer sombra de fantasma, pode ser-se assombrado pelo próprio pensamento... A verdade é que não existem sombras, ou fantasmas ou qualquer outra coisa que possa pôr em causa o que quer que seja. A verdade é, também, que algo indefinidamente estranho inquieta, tal pisco teimoso que teima em não sair do olho. A verdade é, ainda, que a chuva molha...

Uma vez mais, neste cantinho, o desassossego permanece. Como chegou ou por que veio, não sei; mas sei absolutamente que tem que ir, que quero que desapareça. É uma sensação estranhíssima a de não se ser rei e senhor de todos os pensamentos e emoções. Creio que nunca a tinha experimentado... É como se alguém invisível estivesse dentro de nós, a criar pensamentos que nunca nos ocorreriam, a plantar emoções que vez alguma teríamos escolhido para serem nossas. E tudo isto faz com que o nosso ser se nos torne estranho.

O mais incrível é que eu tento sempre desviar-me das pingas e hoje molhei-me... Ou molharam-me? Como um balde de água gélida despejado neste corpo - as gotinhas escorrem bruscamente, criando uma sensação arrepiante e de culpa...

E todos os pedacinhos de nuvens que chegam ao chão são pedacinhos de mim... O céu seria capaz de me compreender - a perda é agoniante. O chão também - a chuva magoa.

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